quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Saudade do Brasil



Hoje acordei com aquele fantasminha da saudade batendo na minha porta.

Saudade dos meus amigos, da minha família, do cheiro do mar daí, do feijão da minha mãe, de comer pastel na feira bebendo caldo de cana, do porteiro gente boa que sempre falava comigo, de ouvir Nova Brasil FM, de passear no parque ibirapuera, de ganhar cafuné da minha mãe sempre que a coisa ficava preta. Saudade do sítio, dos cachorros, das coxinhas, dos filmes dublados em portugês, de dormir assistindo Jô Soares e de acordar com o Louro José. Saudade de ouvir minha língua pelas ruas e de poder abraças as pessoas, sem elas pensarem que eu sou uma pscicopata.

Dizem que uma vez perguntaram pro Tom Jobim se ele preferia morar nos Estados Unidos ou no Brasil e que ele respondeu: "Nos Estados unidos é bom, mas é ruim. No Brasil é ruim, mas é bom." Heheheheh... sabias palavras do mestre =)

3 comentários:

  1. Ah Gi!!!
    Saudade é ruim mesmo... Mas não fique assim!!! Pense que continua tudo aqui... É só vir nos visitar!!! :P
    Saudade de você...
    Beijão,

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  2. é o que falar da porcaria do Brasil? já sei:
    "Dessa merda não saio por nada nesse mundo"
    é ruim mais é bom... sabias palavras mesmo.. pensa positivo logo logo o teletransporte estará ai e as distâncias irão se encurtar rsrs

    bjs

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  3. Gi...
    No dia deste post eu procurei fito doida este texto... Só hoje consegui encontrá-lo no meu e-mail... Demorou, mas está aí!

    Saudades...
    Eu tenho saudades de tudo que marcou a minha vida...
    Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades...
    Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
    Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...
    Sinto saudades do presente, que não aproveitei todo, lembrando do passado e apostando no futuro...
    Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
    Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei, de quem disse que viria e nem apareceu; de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
    Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito; daqueles que não tiveram como me dizer adeus; de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre; de coisas que tive e de outras que não tive mas quis muito ter; de coisas que nem sei que existiram.
    Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências...
    Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer, dos livros que li e que me fizeram viajar, dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar, das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade.
    Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que, não sei onde, para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...
    Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades em japonês, em russo, em italiano, em inglês, mas que minha saudade, por eu ter nascido no Brasil, só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota. Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria, espontaneamente, quando estamos desesperados, para contar dinheiro, fazer amor e declarar sentimentos fortes, seja lá em que lugar do mundo estejamos. Eu acredito que um simples "I miss you", ou seja lá como possamos traduzir saudade em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha. Talvez não exprima, corretamente, a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas. E é por isso que eu tenho mais saudades... Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos. Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis, de que amamos muito o que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência...

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